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HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS PREVINEM DESENVOLVIMENTO DE DISTÚRBIOS

Práticas como esporte, meditação e yoga funcionam como remédios naturais para aliviar as pressões cotidianas

Por: Carolina Naús Piazzaroli, Débora Gonçalves de Macedo e Gabriella Bacinelo Machado

Terapias alternativas são de grande valia no tratamento e também na prevenção de depressão e demais doenças de fundo emocional. Pessoas assim diagnosticadas podem alcançar a cura mais rapidamente por esse caminho, apontam especialistas. Atividades físicas, alimentação balanceada, exercícios mentais e espirituais estão entre os mais procurados para quem sofre desses males.

Nos últimos anos, estudos científicos vêm comprovando que meditar diariamente durante 30 minutos ajuda a aliviar os sintomas da depressão e da ansiedade. Uma pesquisa feita na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e divulgada no início deste ano, revela que a prática é tão eficaz quanto o uso de antidepressivos e outros medicamentos.

O psicólogo Leonardo Araújo explica que o tratamento da depressão deve envolver um trabalho multidisciplinar. Existem casos em que é preciso tomar medicamento; sendo assim, o ideal é o acompanhamento de um psiquiatra. Em outra frente, o recomendado é o encaminhamento para um psicólogo, a fim de realizar psicoterapia.

Esporte ajuda corpo a gastar energia e a dormir melhor

O estudante Pedro Freitas, 18 anos, conta que sofre de ansiedade e que a prática esportiva lhe traz benefícios. No caso de Freitas, o esporte escolhido foi o futebol. Ele explica que, com frequência, está desgastado mentalmente e que isso acarreta noites mal dormidas e uma série de problemas emocionais. Mas, a partir do momento em que se foca na prática do esporte, o corpo gasta mais energia e lhe traz noites melhores, relata.

O psicólogo destaca que atividades lúdicas e esportivas. em geral. são sempre indicadas, não apenas em quadros depressivos. "Uma boa roda de conversa, um passeio no parque, um jogo de tabuleiro, um game no computador: tudo pode ser usado como estratégia para lidar com quadros depressivos, uma vez que movimentamos o corpo e a mente".

Ele recomenta, no geral, atividades físicas de leves a moderadas, mas sempre com a ressalva de que é preciso fazer um check-up médico antes. "Percebo que os clientes que seguem esse tipo de orientação têm melhora considerável em seu estado geral, trazendo benefícios a outros aspectos que ficaram prejudicados pela depressão, principalmente a sociabilidade". Quem está passando por um quadro depressivo tem tendência ao isolamento e à prostração, e, segundo Araújo, é preciso ao máximo lutar contra a solidão, que pode piorar o quadro.

Yoga pode ser aliada no tratamento de depressão e ansiedade

A yoga é uma ciência milenar que ajuda a prevenir transtornos emocionais como depressão e ansiedade. Ela possui técnicas respiratórias (pranayamas), corporais (asanas), mantras, relaxamento (yoganidra) e meditação, que se integram na busca por autoconhecimento e equilíbrio físico, mental e espiritual.

A professora de yoga Juliana Abussafi explica que se trata de uma atividade de consciência mental, que envolve autoconhecimento e observação e análise da mente. Segundo ela, a prática da yoga pode ser realizada em qualquer lugar, desde ambiente de trabalho a ambiente residencial ou até academia. A atividade pode ser praticada em grupos ou individualmente.

Segundo Juliana, a yoga reduz o estresse, promove a concentração e eleva a capacidade de raciocínio. "As posturas de yoga fortalecem o físico, expandem o corpo energético, equilibram o corpo emocional e regulam nossos hormônios", diz. Além disso, ela afirma que a atividade é capaz de desenvolver senso de confiança e de conhecimento corporal.

A psicóloga Carla Di Benedetto Anção afirma que, para quem sofre com problemas de ansiedade, insônia e depressão, o yoga pode servir como calmante. "Um dos benefícios mais fascinantes é o entendimento das nossas emoções. O yoga combate o estresse, a ansiedade e demais sintomas que desencadeiam os altos níveis de ansiedade”.

Carla também fala dos malefícios que o excesso da prática da meditação pode gerar. "Podemos partir da premissa de que tudo em excesso faz mal. Ao iniciarmos a técnica, devemos observar algumas reações como vertigem, pressão sanguínea alterada e dor de cabeça".

Equitação também pode ser reabilitação

A estudante Nicolle Heep pratica equitação há alguns meses para relaxar a mente e diz que o esporte se tornou uma forma de espairecer. Ela conta que procurou a prática com o objetivo de fugir da rotina extenuante."É um momento em que não me preocupo com mais nada. Além disso, o cavalo é um animal muito amoroso e é ótima companhia; podemos aprender muito com eles".

Nicolle relata que não usa sela nem freio, já que o instrutor ensina a adquirir equilíbrio e a fazer o animal obedecer sem usar força bruta. Ela explica que isso acaba por estimular a segurança e a autoridade de quem está aprendendo, e o cavalo obedece quando se faz os movimentos certos. Nicole acredita que esse processo de confiança já é uma terapia em si, "pois leva ao autoconhecimento e a exercitar partes psicológicas como a paciência e a segurança. Você acaba vencendo muitos medos também", relata.

Além de utilizada como terapia, a equitação também usada para reabilitação de pessoas com problemas físicos. A chamada equoterapia, segundo a Associação Nacional de Equoterapia (Ande), é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou de necessidades especiais.

Casos graves de depressão exigem internação

Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, são 17 milhões. Ainda segundo dados da organização, a doença é a quarta maior causa de incapacitação no mundo. A projeção é de que em 2030, ela seja a doença mais comum do planeta.

Em Curitiba, o atendimento público especializado em saúde mental é feito por profissionais das equipes do programa Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que fazem o diagnóstico dos transtornos e encaminham o paciente para tratamento.

Quando o caso necessita de mas atenção, o paciente é encaminhado para um Centro de Atenção Psicocossocial (CAPS), onde é atendido por uma equipe multidisciplinar. Em casos considerados graves, quando a pessoa representa risco para si ou para os outros, o paciente pode ser encaminhado para um hospital. As informações são da assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba.

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